Jornais da Ásia (Blog N. 165 do Painel do Coronel Paim) - Parceria: Jornal O Porta-Voz
segunda-feira, 27 de abril de 2015
Novo terremoto atinge Índia e Nepal e provoca avalanche no Himalaia
Por
iG São Paulo | - Atualizada às
Número de mortos no Nepal após terremoto de sábado chega a 1.805, dizem autoridades
Um
novo terremoto atingiu a região do Nepal na madrugada deste domingo
(26). Desta vez, o tremor chegou à capital da Índia, Nova Delhi, e
provocou uma avalanche no Himalaia.
De acordo com a
agência Reuters, o abalo registou magnitude 6,7 - inferior ao 7,9 que
castigou a região no sábado (25). Autoridades policiais e Ministério do
Interior nepalês confirmam a morte de 1.805 pessoas.
Terremoto destroi região de Katmandu
Além
de casas e prédios públicos, monumentos históricos também foram
atingidos, entre eles a torre Dharahara. O epicentro do terremoto, com
magnitude de 7,8 e profundidade de 15 km, se situou 77 km a noroeste de
Katmandu.
O impacto do terremoto, que durou entre 30
segundos e dois minutos, foi tanto que o tremor foi sentido pode ser
sentido também em outros países, como Índia, Paquistão e Bangladesh.
Dada a escala da destruição, o número de mortos deve subir.
Tremor teve magnitude de 7,9, segundo o USGS. Katmandu tem danos em prédios, casas, templos e monumentos.
Do G1, em São Paulo
Torre Darahara, em Katmandu, ficou em ruínas. (Foto: Prakash Mathema / AFP Photo)
Um forte terremoto de magnitude 7,9 estremeceu neste sábado (25) o Nepal e a Índia,
informou o Instituto de Geofísica dos Estados Unidos (USGS). O tremor
matou 688 pessoas no Nepal, segundo um alto funcionário do Ministério do
Interior informou à Reuters. São 181 mortos em Katmandu. O número de
mortos na Índia chega a 12, com 6 mortos em desabamentos de casas em
Uttar Pradesh e 6 em Bihar, ao leste, segundo funcionários do governo.
Mas o número de vítimas deve subir, pois há muitos feridos nos dois
países. "Centenas de pessoas podem ter morrido e há relatos de danos
generalizados. A devastação não está confinand a algumas áreas do Nepal,
quase todo o país foi atingido", disse Krishna Prasad Dhakal,
vice-chefe da missão na embaixada do Nepal, em Nova Déli.
Voluntários
ajudam com o trabalho de resgate no local de um edifício que desabou
após um terremoto em Katmandu. (Foto: Niranjan Shrestha / AP Photo)
Duas vítimas fatais já confirmadas seriam duas adolescentes. Uma garota
morreu ao ser atingida por uma estátua em um parque da capital,
Katmandu. Outra menina, de 15 anos, morreu no norte da Índia, soterrada
em sua casa em uma aldeia perto da fronteira com o Nepal. Há feridos nos dois países, muitos em estado grave, mas o número oficial não foi divulgado.
Resgate nepalês remove corpo de uma vítima. (Foto: Prakash Mathema / AFP Photo)
O tremor deixou um rastro de destruição em Katmandu. Há registros de
danos em edificios e casas, especialmente nas construções mais antigas, e
também em templos e monumentos. A torre histórica de Dharara, erguida em 1832 na capital do Nepal, não
resistiu ao tremor e foi totalmente destruída. Ao menos um corpo foi
retirado dos escombros. Milhares de pessoas deixaram seus lares e estão nas ruas da capital, com receio de que casas e prédios desmoronem. Testemunhas disseram às agências de notícias que o terremoto durou entre 30 segundos e dois minutos.
Mães
e filhos deixam suas casas e esperam em uma escola após forte terremoto
atingir o Nepal e a Índia. (Foto: Navesh Chitrakar / Reuters)
O sismo afetou as comunicações e abriu valas e rachaduras nas ruas e
calçadas do Nepal, deixando uma nuvem de poeira pela cidade. Monte Everest O forte terremoto desencadeou uma avalanche no Monte Everest. Segundo o
órgão de turismo do Nepal, pelo menos oito pessoas foram mortas pela
avalanche. "O número de vítimas pode subir e incluir estrangeiros", disse o
oficial de turismo Gyanendra Shrestha, em entrevista à agência Reuters. O alpinista romeno Alex Gavan disse no Twitter que havia muitas pessoas na montanha na hora da avalanche. Índia O tremor sacudiu algumas regiões da Índia, principalmente o norte do
país, desde Calcutá, Nova Déli, até a fronteira com o Paquistão. Ao
menos seis pessoas morreram na Índia, cinco delas no estado de Bihar
(noroeste), informaram autoridades. O sismo ocorreu às 3h11 (de Brasília), a 77 km ao noroeste de Katmandu e
a 15 km de profundidade. Inicialmente, o USGS registrou magnitude 7,5,
elevada posteriormente a 7,9. Outras quatro réplicas menores atingiram o
país logo após o terremoto mais potente.
Pessoas esperam do lado de fora do Aeroporto Internacional de Katmandu. (Foto: Dhany Osman / via Reuters)
Poliana
Abritta estreia no Show da Vida e vai até a Índia para uma entrevista
exclusiva com Kailash Satyarthi, que luta há 35 anos contra o trabalho
infantil.
A difícil luta para proteger os animais selvagens do Vietnã
Rachel Nuwer
The New York Times
Reuters
Filhotes
de macaco-de-cauda-longa são apreendidos pela polícia em lote de
contrabando vindo do Vietnã para a província de Hunan, na China
Com a leveza de um bailarino, Luc Van Ho desliza através de um matagal
emaranhado na selva. O cobertor de bambu e folhas secas no chão da
floresta mal estala sob seus pés descalços. Apenas o cheiro da fumaça do
cigarro trai sua presença. O caçador Luc, de 45 anos, sai de
madrugada da casa coberta de palha de bambu de sua família, na floresta U
Minh, no Vietnã, para checar meia dúzia de armadilhas caseiras
colocadas ao longo das trilhas que os animais percorrem no mato e nas
margens do canal habitado por cobras e tartarugas. Ele para na
frente de uma armadilha feita de madeira e fio de breque de bicicleta,
quase invisível sob as folhas. A armadilha está vazia, o que é normal.
"Antes essa floresta era muito diferente. Agora, os animais são tão
poucos que a maioria dos caçadores está mudando de trabalho", afirma
Luc. Ainda assim, nas duas semanas anteriores, ele pegou nove
tartarugas de caixa do sul da Ásia e tartarugas que comem caracóis da
Malásia, cinco cobras tromba-de-elefante, um punhado de pássaros d'água e
dois raros grifos do Himalaia. Por precaução, Luc escondeu estas aves
na casa de seu irmão, deixando-os amarrados no quarto até que possa
descobrir o que fazer com eles. No passado, Luc frequentemente
voltava de suas caçadas com grandes quantidades de animais selvagens,
incluindo os desejados pangolins. Também conhecidos como tamanduás
escamosos, eles estão entre os mamíferos mais traficados do mundo. Luc
trabalha com comerciantes dispostos a comprar pangolins vivos por 60
dólares o quilo. Apesar de ter pegado apenas dois pangolins no
ano passado, o preço faz com que o esforço de procurá-los valha a pena.
Ele sabe, no entanto, que essa fonte de lucro não vai durar para sempre. "Os pangolins serão extintos em breve", explica. Ainda assim, Luc não tem planos de se aposentar.
Ele é um dos milhares de caçadores ilegais que estão acabando com os
animais do Vietnã, um dos países com maior biodiversidade do mundo. Os
rinocerontes estão extintos, e os conservacionistas estimam que haja
apenas um casal de tigres vivo, isso se eles realmente ainda existirem.
Mesmo espécies menos conhecidas, como tartarugas de casco mole e
civetas, são procuradas por causa da medicina tradicional, para servir
de comida, como troféus ou como animais de estimação. O
contrabando ilegal de vida selvagem é um dos maiores do mundo, rendendo
estimados 19 bilhões de dólares por ano, sem incluir a pesca e a
retirada ilegal de madeira. Todos os países do sul da Ásia e muitos
outros fora da região estão envolvidos, mas o Vietnã tem um papel
importante. O país é um grande ponto de passagem para bens da vida
selvagem que vão para a China e chegam por terra do Camboja, Tailândia e
Laos; por barco da Malásia e da Indonésia; e pelo ar da África.
"Depois da China, o Vietnã é o primeiro lugar onde procurar para se
descobrir o que está acontecendo com o comércio de vida selvagem",
afirma Dan Challender, copresidente do grupo especializado em pangolins
da União Internacional para a Conservação da Natureza. O Vietnã é
também um importante consumidor de animais selvagens, especialmente
aqueles que servem como ingredientes para a medicina tradicional, como o
chifre de rinoceronte, usado para tratar de câncer a ressacas. As
carnes exóticas de animais raros são vistas como luxo por uma classe
média em ascensão, ansiosa para fazer propaganda de sua prosperidade.
"O pangolim é frequentemente o item mais caro do menu, então, pedi-lo é
uma maneira óbvia de se mostrar aos amigos e colegas. Eles não escondem
o fato de que é ilegal, mas é ainda mais atraente porque adiciona um
glamour de que a pessoa está acima da lei", explica Challender. A
preocupação internacional com o comércio ilegal de animais silvestres
nunca foi tão grande, mas conferências, novas estratégias de aplicação e
a destruição de lotes de marfim ainda não surtiram efeito. Em
fevereiro, a administração Obama lançou um plano para conter o comércio
ilegal de animais silvestres, fortalecendo a aplicação de leis,
reduzindo a demanda e enviando um punhado de agentes ao exterior. Os
Estados Unidos são o segundo maior mercado para os produtos ilegais de
animais selvagens, mas apenas cerca de dez por cento dos traficantes são
pegos. Isso ocorre por causa da falta de recursos para apoiar a
execução das leis e das lacunas legais referentes a certos produtos,
como o marfim. "O comércio de vida selvagem tem mais
visibilidade agora do que jamais teve, e isso é ótimo, mas a conversa
dos líderes mundiais sobre este assunto ainda não começou", explica
Chris Shepherd, diretor regional do Tráfico no Sudeste Asiático, uma
rede de monitoração do comércio de vida selvagem. Em janeiro
deste ano, as autoridades interceptaram mais de 7.500 tartarugas nariz
de porco protegidas na Indonésia, um tigre congelado no Vietnã e 190
tartarugas manchadas asiáticas, uma espécie ameaçada, em Cingapura. Como
a vida selvagem está desaparecendo no sudeste asiático, caçadores cada
vez mais estão se voltando para a África. Quase 700 quilos de
marfim foram interceptados em Uganda em janeiro. No ano passado, apenas
na África do Sul, um recorde de 1.215 rinocerontes foram mortos por
causa de seus chifres. Os oficiais conseguem encontrar apenas cerca de 10 a 20 por cento do total de produtos de vida selvagem traficado.
"Podemos estar perturbando as redes criminosas, mas nós certamente não
estamos desmantelando nenhuma deles. A situação vai piorar antes de
melhorar", avisa Scott Roberton, representante do Vietnã e coordenador
regional dos programas de tráfico de animais selvagens para a Sociedade
de Conservação da Vida Selvagem. Enquanto a China aumentou
recentemente as prisões e processos para crimes contra a vida selvagem,
aqueles pegos por tráfico no Vietnã ou em outros países de passagem
quase sempre escapam sem qualquer punição. Vender espécies protegidas é
um crime na lei vietnamita, assim como comercializar animais selvagens
de qualquer tipo. Porém, mesmo quando os chefões do tráfico são
levados em custódia, o processo muitas vezes depende de encontrar
acusações não relacionadas, que serão levadas mais a sério do que o
crime contra a vida selvagem, como o contrabando de carros. Caçadores
furtivos como Luc – que diz que nunca teve problemas legais – raramente
são repreendidos, e a punição, se houver, geralmente implica em uma
pequena multa. "Pouquíssimos criminosos capturados por violações
graves, como posse de um tigre ou de chifre de rinoceronte, passam mais
de dia na prisão", explica Douglas Hendrie, principal conselheiro
técnico da Educação para a Natureza-Vietnã, uma organização sem fins
lucrativos sediada no Vietnã. Animais capturados e produtos da
vida selvagem protegidos são facilmente adquiridos em cidades
vietnamitas. "Ainda não é uma prioridade da lei, em grande parte por
causa da corrupção, do conluio e de uma absoluta falta de preocupação.
As pessoas simplesmente não se importam", explica Shepherd.
Thien Vuong Tuu ("o álcool dos deuses"), um restaurante chique em Ho Chi
Minh, anuncia pangolim, urso, porco-espinho, morcegos e muito mais no
seu cardápio ilustrado. Os clientes interessados no pangolim – vendidos
por 150 dólares o quilo – precisam pedi-lo com duas ou três horas de
antecedência e fazer um depósito com base no peso. Quando o
cliente retorna para o jantar, o gerente apresenta o pangolim ao vivo à
mesa, em seguida, corta sua garganta no local para provar que a carne é
fresca e não foi substituída. "O pangolim é muito popular entre
os clientes, porque trata uma série de doenças", afirma Quoc Trung,
gerente do restaurante. Sua equipe também seca e embala as escamas do
pangolim que sobraram do jantar – um ingrediente popular na medicina
tradicional, que ainda está coberto pelo seguro de saúde vietnamita.
Em um domingo à noite, famílias com crianças e grupos de homens de
meia-idade enchem o restaurante. Em uma mesa, dois homens falando
francês pedem uma cobra, para o deleite de suas companheiras do sexo
feminino. Dois garçons jovens trazem uma grande cobra se contorcendo,
sua boca bem fechada com um barbante de plástico. Enquanto os
clientes filmam com seus smartphones, um garçom segura a cobra parada. O
outro sente com cuidado ao longo do abdômen do animal até que localiza o
coração, em seguida, com os dedos nus, abre-a com uma tesoura e remove o
órgão batendo. Quando os garçons torcem o animal, os pingos de
sangue caem em uma tigela de cerâmica para serem misturado depois com
álcool e bebidos. "O governo não permite carnes exóticas, mas
temos as nossas fontes e boas ligações com a polícia. A demanda por
essas coisas é tão alta, que precisamos oferecê-las", disse Quoc depois
de concluir o show. Dada a falta de fiscalização generalizada,
organizações de conservação de base no Vietnã estão cada vez mais na
linha de frente. Educação para a Natureza-Vietnã recentemente conduziu
uma pesquisa de restaurantes, hotéis e lojas em 12 distritos de Hanói e
Ho Chi Minh, registrando cada violação das leis da vida selvagem e
insistindo que as autoridades fizessem seu trabalho. Alguns
meses mais tarde, o grupo repetiu a pesquisa e descobriu a
disponibilidade de produtos ilegais, que vão desde o "vinho" de cobra
até bílis de urso, tinha caído quase 60 por cento em oito dos distritos.
"Quando as autoridades nos deixarem sem emprego por fazer o seu
trabalho de forma eficaz e consistente, então não teremos mais que
insistir isso", constata Hendrie. Salve a Vida Selvagem do
Vietnã, uma organização sem fins lucrativos com sede no Parque Nacional
Cuc Phuong, organiza sessões de treinamento em todo o país para os
guardas do parque e para a polícia, realiza programas de educação
comunitária e opera um dos únicos centros de reabilitação para animais
confiscados do país. No Vietnã, a maior parte da vida selvagem
interceptada de comerciantes ilegais é vendida novamente por autoridades
no mercado negro. Muitas vezes, Nguyen Van Thain, fundador da Salve a
Vida Selvagem do Vietnã, têm de correr para os lugares onde houve
confiscos recentes para tentar recuperar os animais antes que isso
aconteça. "Guardas corruptos ainda querem vender animais de
volta para o comércio", conta Nguyen. Mesmo que os animais não sejam
vendidos, poucos retornam à vida selvagem, devido à falta de instalações
de reabilitação. Os animais que não são mandados para um centro
de reabilitação especializado "apenas ficam por aqui até morrerem",
afirma Shepherd. Ao longo dos últimos três meses, Nguyen ajudou
no resgate 20 pangolins, mas a capacidade máxima em seu centro – um dos
dois únicos no Vietnã que pode cuidar de pangolins – é inferior a 50.
Com um orçamento de apenas 90 mil dólares por ano, ele tem poucos
recursos para expandir o centro e contratar mais funcionários. Nguyen diz que não acredita que as atitudes mudarão a tempo de salvar os animais selvagens de seu país.
"O problema no Vietnã é que a conservação é uma maneira nova de pensar.
O povo vietnamita precisa aprender a levar a sério o que temos agora.
Precisamos cuidar do nosso próprio ambiente e da vida selvagem se
quisermos que os animais continuem por aqui no futuro", explica ele.
Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF)
- Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia.
Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.