Índia será o país mais populoso do mundo em dez anos
Em Nova York (EUA)
- Pessoas praticam ioga como parte das orações pela paz no mundo na Índia
Os EUA perderão o terceiro lugar na segunda metade deste século, para a Nigéria.
Essa projeção faz parte da última revisão do Relatório de População da ONU, que é feito a cada dois anos. A novidade nesta edição é que se faz uma estimativa para mais de 50 anos, até 2100.
Além disso, utiliza-se um novo método de cálculo da fecundidade, o elemento chave para antecipar movimentos demográficos. Quando este século acabar, o planeta terá 10,1 bilhões de habitantes, prevê a ONU.
Um planeta cheio de desequilíbrios demográficos e com muito movimento. Neste verão, a população mundial vai beirar os 6,9 bilhões, e daí crescerá até 9,3 bilhões em 2050. Um aumento que equivalerá à população da China e da Índia juntas. A nova projeção difere ligeiramente da que a ONU fez há dois anos, de 9,1 bilhões para meados do século.
O ritmo de crescimento será atenuado de 1,16% ao ano entre 2010 e 2015 para 0,4% entre 2045 e 2050. Daí baixará até estancar nos últimos cinco anos do século. Essa desaceleração, explicou Hania Zlotnik, diretora do departamento de População da ONU, se deve à queda da taxa de fecundidade.
A China atingirá o teto em 2030, mas a Índia crescerá muito mais rápido e alcançará o ponto mais alto nove anos antes.
Hoje, 82% da população mundial vivem nos países menos desenvolvidos, segundo a ONU. Mas, olhando para o futuro, o organismo indica que nos países ricos o número de habitantes ficará praticamente estável, em torno de 1,3 bilhão, nas próximas quatro décadas, enquanto nas regiões menos desenvolvidas crescerá de 5,7 bilhões para 8 bilhões.
Isto é, até 2050, 85,9% da humanidade viverão em países em desenvolvimento ou pobres. Então haverá pelo menos cinco países subdesenvolvidos que estarão entre os 20 mais povoados (Bangladesh, República Democrática do Congo, Etiópia, Tanzânia e Uganda). A essa lista se somarão outros quatro antes que acabe o século (Zâmbia, Níger, Malaui e Sudão).
Nesse novo traçado do mapa dos desequilíbrios populacionais se prevê que a Ásia atingirá o teto entre 2050 e 2060, antes de começar a baixar.
Isso não evitará que o continente continue sendo a região mais populosa. Mas, como indica a responsável pelo relatório, "a população africana está crescendo com grande rapidez", em um ritmo de 2,3% ao ano, contra 1% da asiática e 0,1% da europeia.
A África dobrará assim sua população até 2044, inclusive havendo um declínio no índice de fecundidade, afirma Zlotnik. A ONU indica que graças aos avanços para reduzir a expansão da Aids a nova projeção leva em conta uma queda da mortalidade atribuída à doença em países com alta taxa de fecundidade, onde a expectativa de vida passará de 56 para 69 anos em 2050, e até 77 anos em 2100.
As projeções demográficas da ONU, que preveem uma convergência das taxas de fecundidade de forma a garantir a substituição geracional, antecipam um envelhecimento notável.
Em 2050 os maiores de 60 anos serão 22% da população, contra os atuais 11,2%. Os menores de 15, hoje 26,6%, cairão para 20%.
Para a Espanha, projeta-se que a população se aproxime de 46,5 milhões este ano, para subir até 49,5 milhões em 2025 e atingir o teto com 51,3 milhões em 2050, antes de começar a cair até 45 milhões em 2100.
E, como indica a ONU, será um dos países com maior porcentagem de maiores de 80 anos.
A idade média espanhola aumentará dos 40,5 para 48,9 anos na metade do século, para baixar a 47,5 em 2100. A expectativa de vida continuará crescendo nos dois grupos de países, industrializados e em desenvolvimento.