quinta-feira, 28 de maio de 2009

Coreia do Sul e EUA elevam alerta militar; Rússia pede paciência

Do UOL Notícias*
Em São Paulo

As forças conjuntas de Coreia do Sul e dos Estados Unidos elevaram o nível de alerta militar nesta quinta-feira (28), após a Coreia do Norte suspender o armistício assinado em 1953 entre as duas Coreias, informou o ministério sul-coreano da Defesa.

O governo russo, por sua vez, afirmou que é contra o isolamento internacional da Coreia do Norte.

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Soldado sul-coreano observa águas do Mar Amarelo em zona desmilitarizada na Coreia do Sul

"Às 7h15 desta quinta-feira, o comando das forças conjuntas de Estados Unidos e Coreia do Sul elevou as condições de alerta em um grau, passando ao nível dois", afirma um comunicado do ministério da Defesa sul-coreano. "A vigilância sobre a Coreia do Norte será reforçada com aviões e a mobilização de pessoal", disse o porta-voz do ministério, Won Tae-Jae.

"Esta é a quarta vez, desde 1982, que o alerta entre as forças americanas e sul-coreanas é elevado ao nível 2", destacou Won Tae-Jae. O alerta precedente de nível 2 ocorreu em 2006, após o primeiro teste nuclear da Coreia do Norte. "Vamos manter uma sólida posição defensiva para prevenir provocações militares do Norte", disse Won.

Segundo o porta-voz, a vigilância vai se concentrar ao longo da Zona Desmilitarizada entre as duas Coreias, sobre a zona de segurança conjunta na cidade de Panmunjom e na região em disputa no Mar Amarelo.

Ainda de acordo com o comunicado, a Coreia do Norte está "distorcendo severamente" as intenções por trás do apoio da Coreia do Sul à iniciativa americana contra o tráfico de armas de destruição em massa para justificar o tom das ameaças de guerra.

Rússia pede paciência
A Rússia (28) afirmou hoje que é contra o isolamento internacional da Coreia do Norte, ao considerar que isso seria "contraproducente" para a solução da crise nuclear norte-coreana. "Consideramos que seria contraproducente iniciar o isolamento internacional de fato da Coreia do Norte. Em qualquer caso, as portas do diálogo com Pyongyang não devem ser fechadas", disse hoje Andrei Nesterenko, porta-voz da Chancelaria russa, em entrevista coletiva transmitida pela televisão.

Nesterenko afirmou que "não é necessário recorrer à linguagem de sanções, devemos mostrar moderação, paciência e iniciar consultas sobre as questões que geram preocupação em todas as partes envolvidas. Defendemos uma solução político-diplomática para esta situação. As negociações a seis lados continuam sendo o único meio de regulação do problema nuclear na península coreana", disse.

Secretária de Estado dos EUA diz que ações de Pyongyang terão consequências

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A respeito, também expressou sua confiança de que "as últimas ações da Coreia do Norte não sejam utilizadas por outros países como desculpa para aumentar seu potencial militar, o que marcaria o início de uma nova espiral da corrida armamentista na região".

A Chancelaria russa convocou ontem o embaixador norte-coreano em Moscou, Kim Yen-jue, para pedir que Pyongyang retorne à mesa de negociações multilaterais para a desnuclearização da península coreana. O processo de negociação multilateral (as duas Coreias, China, EUA, Rússia e Japão) iniciado em Pequim, em 2003, está paralisado desde dezembro do ano passado, por causa das divergências sobre como verificar o estoque atômico do regime comunista.

A Rússia adiou de maneira indefinida a reunião intergovernamental russo-norte-coreana que devia acontecer esta semana, em Pyongyang.

Ameaça
Pyongyang ameaçou nesta quarta-feira (27) a Coreia do Sul com uma resposta militar, após a adesão de Seul ao Programa de Segurança contra a Proliferação de armas de destruição em massa, e comunicou a suspensão do armistício de 1953, que encerrou a Guerra da Coreia.

O governo norte-coreano informou que considera uma declaração de guerra a decisão de Seul de aderir ao Programa de Segurança contra a Proliferação. "Qualquer ato hostil contra nossa República, em particular deter ou inspecionar nossos navios, se traduzirá de imediato em uma forte resposta militar", advertiu Pyongyang.

Lançado em 2003 pelos Estados Unidos, o programa contra a proliferação, que teve a adesão de 90 países, autoriza a inspeção em alto mar dos navios suspeitos de transportar material nuclear e outras armas de destruição em massa.

Os Estados Unidos, que durante a Guerra da Coreia, lideraram uma força das Nações Unidas de defesa do Sul, têm um contingente de 28.500 homens na Coreia do Sul.

Para Washington, esta é a quinta oportunidade em que a Coreia do Norte busca invalidar o armistício.

Na quarta-feira, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, reiterou que o país cumprirá o compromisso de defender a Coreia do Sul.

Histórico
Nesta segunda-feira (25), a Coreia do Norte desafiou o mundo com um teste nuclear subterrâneo e o disparo de três mísseis de curto alcance, antes de lançar outros dois mísseis, na terça, e mais um, na quarta.

O teste nuclear de segunda-feira, o segundo da Coreia do Norte desde 2006, foi cinco vezes mais potente que o de três anos atrás, segundo os sismólogos.

Em reação, o Conselho de Segurança da ONU prepara uma resolução que deve incluir novas sanções ao governo da Coreia do Norte.

Para analistas, o ditador norte-coreano Kim Jong-Il atua desta maneira para aumentar sua autoridade e impor os planos de sucessão.

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