19/12/2011 | 17h05 | Estabilidade
Logo após a confirmação da morte de Kim Jong-il, os Estados Unidos emitiram um comunicado reiterando seu "compromisso com a estabilidade na península coreana e com a liberdade e a segurança de seus aliados", um ameaça clara aos que pensam em aproveitar o possível vácuo de poder na Coreia do Norte para atacar a vizinha do Sul ou o Japão. Nesta tarde, a secretária de Estado, Hillary Clinton, disse ter esperanças de melhorar a relação com Pyongyang.
"Ambos (EUA e Japão) dividimos um interesse comum por uma transição pacífica e estável na Coreia do Norte", disse Hillary, ao lado do ministro do Exterior japonês, Koichiro Gemba. "Nós reiteramos nossa esperança em melhorar a relação com o povo norte-coreano e continuamos muito preocupados com o bem-estar da população".
Apesar de o Irã ser considerado hoje um perigo mais iminete para Washington. A Ásia é a região do mundo com implicação militar mais direta dos EUA, e onde o país tem mais responsabilidades de segurança. O governo americano tem cerca de 30 mil soldados na Coreia do Sul e importantes bases no Japão, dois de seus maiores aliados asiáticos e talvez duas das nações mais dependentes de Washington no setor financeiro.
Nas últimas horas, o presidente Barack Obama conversou por telefone com os líderes japonês e sul-coreano para reafirmar o compromisso dos EUA neste momento de grande incerteza na região. A Coreia do Norte é um país altamente fechado, portanto é difícil obter informações de confiança sobre Pyongyang; além disso, os norte-coreanos desenvolveram ao longo das décadas um programa nuclear que criou uma enorme incerteza entre seus vizinhos. Segundo estimativas, Pyongyang teria hoje combustível suficiente para entre seis e oito armas.
Além disso, a península da Coreia pode ser considerada um dos melhores exemplos da rivalidade entre China e EUA pela liderança militar. O Norte é um aliado tradicional de Pequim, que tem a partir de agora uma grande responsabilidade de controlar o país e garantir que a morte de Jong-il não se transforme num perigo para estabilidade não só de Pyongyang, como de toda a região. Em comunicado oficial, Ma Zhaoxu, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, disse que o país está "angustiado" após tomar conhecimento da morte do líder, mas continua confiante de que a Coreia do Norte continuará unida e que os vizinhos manterão cooperação.
Difícil transição transformar as Coreias em barril de pólvora
O filho mais novo do ditador, Kim Jong-un, foi citado pelo Partido dos Trabalhadores como "o grande sucessor da revolução" e o "eminente líder do Exército e do povo". Na primeira menção a Jong-un como "líder", o partido do governo sugeriu que ele já está no poder. Inexperiente e muito jovem (segundo informações oficial teria menos de 30 anos), Jong-un, entretanto, não teria o apoio do Exército, e uma sucessão difícil pode levar a região da península das Coreias a se transformar em uma das mais explosivas do mundo.
Analistas acreditam que EUA e China serão os responsáveis por manter a estabilidade em toda a Ásia e que o continente não será cenário de novos conflitos. Mas uma série de interesses imediatos, como a sobrevivência do regime comunista na Coreia do Norte, o arsenal nuclear e as precárias condições de vida no país, podem virar motivo de conflito.
Da Agência O Globo
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